Durante a pandemia foi crescente o aumento em busca por profissionais especializados em terapia conjugal e familiar, e para aprendermos um pouco mais sobre o tema, o blog Maria Ulhôa conversa o com Dr. Heron Nogueira
A importância da terapia conjugal e familiar
Com a pandemia começamos a olhar com outros olhos o profissional da área da saúde, vimos a necessidade de compreender e cuidar da nossa saúde mental e da saúde das pessoas que amamos, descobrimos a fragilidade que é a convivência familiar e conjugal, e para compreende a importância da terapia conjugal e familiar conversamos com o Doutor em Psicologia, Psicólogo e Terapeuta Conjugal e Familiar Dr. Heron Nogueira.
Qual a importância da terapia conjugal e familiar?
A terapia conjugal e familiar é um serviço especializado para atendimento de casal e das questões relacionadas à família, e a importância dela é no sentido de trabalhar com casais e famílias, a perspectiva de melhorar suas relações, dando mais qualidade de vida, mais saúde no enfrentamento dos problemas. Ou seja, ela visa desenvolver estratégias para que o casal encontre em frente suas dificuldades, encontrando alternativas para poder lidar melhor com seus problemas. E isso também vale para as famílias de um modo geral.
A terapia familiar ela visa a construção de possibilidades alternativas que as famílias ainda não conseguiram fazer sozinhas e que, num processo de terapia, o terapeuta familiar auxilia essas famílias, como, por exemplo, o desenvolvimento de uma comunicação saudável e de uma comunicação eficiente, a expressão da afetividade, a possibilidade da família dialogar na resolução dos seus problemas, o estabelecimento de limites de regras e também a consolidação da autoridade parental, além de outras demandas que o terapeuta conjugal e familiar e a partir do problema específico que é identificado.
Ele trabalha na resolução específica desse problema, ou melhor, na fomentação do fomento ao desenvolvimento de estratégias para lidar com esses problemas específicos. Vou dar um exemplo o caso de terapia conjugal é muito comum conflitos conjugais com relação a traições, com relação a anseios do relacionamento, a impossibilidade de se expressar, de dividir tarefas domésticas. Então, esses motivos que são trazidos pelos casais são focados pela terapia conjugal e, a partir daí, desenvolvem se estratégias para poder esses indivíduos lidarem bem com essas demandas.
Qual a importância da terapia conjugal e familiar na saúde mental?
Bom, a saúde mental é um dos principais desafios dessa geração. As pessoas que têm uma cobrança muito grande no trabalho, no meio social e no meio familiar têm um bom desempenho em todas as áreas, na área profissional, na área interpessoal, nas relações, ser bem sucedido em tudo o que fizer. Então, essas cobranças têm gerado um enfraquecimento, uma sensibilização da saúde mental nos indivíduos, de um modo geral, em diferentes faixas etárias.
A terapia conjugal familiar ela tem como uma das principais prerrogativas trabalhar a qualidade de vida dos indivíduos, ainda que não necessariamente uma intervenção, seja feita com a família toda ou com o casal, mas individualmente. A abordagem sistêmica ela visa fazer um trabalho específico de desenvolver esse indivíduo para que ele tenha o máximo de qualidade possível, tratando das questões relativas a problemas da saúde mental, como também desenvolvendo estratégias para que esse indivíduo se fortaleça e não sucumba ao adoecimento.
A gente tem visto casos progressivos e muito graves de transtornos de ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental bastante relevantes. E isso muito nos preocupa e a nossa atuação é desenvolver também com esses indivíduos, estratégias de enfrentamento dessas doenças para a promoção da saúde de um modo geral, diminuindo a pressão dos meios sociais, fortalecendo esse indivíduo com a auto estima que precisa ser trabalhada, elevada, para que ele não sucumba a pressões excessivas e desnecessárias.
Devido à pandemia, muitos casais se separaram. Nesses casos, é possível restabelecer o laço familiar com a terapia?
Com certeza, a psicoterapia, tanto conjugal quanto familiar. Um dos principais focos dela. É exatamente o restabelecimento, fortalecimento dos laços familiares, dos laços interpessoais. Com a pandemia, houve, sim, uma série de transformações, de mudanças nessas relações e algumas delas ficaram bastante fragilizadas, conflitos que já existiam ficaram ainda mais evidenciados e novos conflitos também foram formados a partir de uma convivência intensa e muito diferente daquela que as pessoas estavam acostumadas.
Portanto, a terapia ela tem, sim, a possibilidade de fortalecer esses laços e, consequentemente, ter uma convivência saudável. Tudo vai depender do investimento que cada elemento dessa família ou desse casal fizer nessa relação. Portanto, a terapia ajuda, mas é mais importante do que ter um bom terapeuta e ter as pessoas interessadas em restabelecer suas relações familiares de forma saudável.
Nos conte sobre seu livro Casal e Família na Atualidade.
Bom, meu livro é resultado de uma pesquisa que foi feita com várias famílias no Distrito Federal e é um livro interessante porque ele oferece ao mesmo tempo uma leitura técnica e científica que serve tanto para estudantes profissionais que atuam nestas áreas, ou seja, nas áreas de psicologia, nas áreas de sociologia que se interessam em trabalhar, em estudar um pouco mais as relações familiares, mas também para as próprias famílias, numa promoção de um autoconhecimento das dinâmicas familiares, então, ele trata de resultados científicos, mas que traz também reflexões para o dia a dia, para que as famílias possam ter como referências, a partir dessas pesquisas e resultados para poder ter uma relação intrafamiliar saudável e que permita com que seus indivíduos tenham qualidade nas suas relações, ou seja, que sejam relações prazerosas, que as pessoas tenham prazer em estar juntas, em construir juntas, em estar em casa e em compartilhar outros momentos fora de casa, mas em relações familiares consistentes, e a partir daí, o livro traz reflexões também sobre famílias contemporâneas.
As distintas configurações familiares, como a que as pessoas têm escolhido se relacionar na atualidade, e esse é um desafio do ponto de vista da ciência. Mas isso reforça o quanto que as pessoas estão interessadas em continuar apostando nas relações familiares, não importa qual o modelo essas relações tenham.
Sobre Heron Nogueira Doutor em Psicologia, Psicólogo e Terapeuta Conjugal e Familiar. Experiência em Gestão Acadêmica no Ensino Superior Presencial e EAD, coordenação de equipes e elaboração de documentos acadêmicos diversos (PPC, PDI, Regulamentos, Regimentos, entre outros). Docente dos cursos de Pós-graduação – Formação em Terapia Conjugal e Familiar (INTERPSI -DF) e Especialização em Terapia de Casal, Família e Psicodrama para Grupos (Aprender Vivo – SP) e de Graduação em Psicologia.
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